quarta-feira, 1 de maio de 2013

Divagações


Você me pergunta aonde eu quero chegar
Se há tantos caminhos na vida e pouca esperança no ar.
(Caminhos - Raul Seixas)

Por esses tempos, essa é a pergunta que martela a cabeça e vez por outra tira o sono: aonde quero chegar?, e que cuja resposta ainda é incerta. Mas parece que, recorrendo novamente ao auxílio do Maluco Beleza, enquanto eu vou pra frente toda minha vida atrasa. Talvez pior, pois se não atrasa, não sai do lugar. Tudo permanece inalterado, na mesma. E porque não reagir a esse momento?

Falta coragem para agir da forma certa. Mas a boca não obedece o que foi pensado e repensado diversas vezes, fria e racionalmente. Parece que não fazem parte do mesmo corpo, são independentes entre si. O fato é que alguma coisa está fora da ordem. Da ordem daquilo que foi planejado, bem ou mal, tanto faz. Há uma ponta de mágoa, mas, mais do que isso, a decepção de não conseguir mudar o rumo das coisas.

Estranho, porque contraditório, pois este seria o momento propício para mudanças. Para grandes realizações. De um lado, há a convicção baseada em absolutamente nada de que algo conspira a favor, mas de outro, há a inércia que impede de se dar um passo adiante. Há essa amarra, que prende, que limita os movimentos, que impossibilita o que seria possível se houvesse um pouco mais de esforço, de brio. Do chamado sangue nos olhos. Falta um lampejo de empenho. Talvez uma pitada de inteligência.

São divagações, algo que não tem nenhum sentido a mais ninguém, bagunçadas como um quebra cabeças daqueles difíceis de se montar; são divagações confusas, muito provavelmente apenas reflexo do momento. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário