Definitivamente, sou um sujeito antissocial. Quase não tenho amigos, e, dos poucos que considero como tal, de uns tempos pra cá andam meio distantes. Isso não é um problema; pelo contrário: aquele provérbio "antes só do que mal acompanhado" cabe perfeitamente a mim. Aliás, eu acrescentaria: "antes só do que mal acompanhado, ou mesmo acompanhado". Companhia, só se for muito boa mesmo, daquelas que ou te acrescentam alguma coisa, ou que pelo menos seja divertida.
Existem pessoas que tem uma necessidade quase patológica de se dar bem com todo mundo, como se essa aceitação significasse que outras pessoas gostem dela, ou mesmo que as respeitem. No ambiente corporativo tem muito desse tipo de gente. Esse tipo mal te cumprimenta, mas se precisam de algum favor ou de qualquer outra coisa, vem falar contigo como se fosse amigo íntimo. Eu tenho certa repulsa a esse tipo de pessoa. Felizmente, não sou dessa laia. Procuro tratar a todos no trabalho da mesma forma, considerando, é claro, o grau de intimidade com uma ou outra pessoa, que me permite, em alguns casos, fazer piadinhas cretinas, observações vazias ou brincadeiras sem graça.
Não participo de campanhas cujo objetivo é (me) aproximar (d)essas pessoas, pois dispenso essa aproximação. Nos cafés da manhã e almoço em equipe, se não fosse pela comida, eu jamais faria parte dessa tentativa patética de congregar pessoas que, na maioria dos casos, mal se respeitam, e na primeira oportunidade, falam mal um do outro pelas costas. Penso que o mais correto, no ambiente empresarial, é chegar pela manhã, falar 'bom dia' a quem estiver por perto, trabalhar, e dizer 'até amanhã' quando for embora. Mais do que isso, é excessivo, e, portanto, perfeitamente dispensável.
No trato com os superiores em hierarquia, a relação é boa, até certo ponto amistosa, porém distante, como toda relação patrão-empregado deve ser. Faço meu trabalho bem, consequentemente sou bem avaliado, e ao final do mês recebo meu salário (que não é condizente com o trabalho bem feito, mas vá lá). Sem puxa-saquismos, conluios, patotas ou seja lá o nome que queiram dar a essa relação. Essa coisa de ser amigo de chefe é, além de hipócrita, perigosa, pois se amanhã ele precisar fazer algo que te prejudique (aplicar uma sanção, ou mesmo te demitir) ele o fará sem qualquer culpa. Ou mesmo que tenha alguma culpa, ele fará o que tem que fazer de qualquer forma, então, quando chegar minha hora de receber o bilhete azul, que seja estritamente profissional, sem lágrimas forçadas ou desculpas esfarradapadas por ter que dispensar um "brother".
Meus (poucos) amigos estão aqui na bairro, na rua de casa, no meio dessa gente que me conhece desde moleque, sem dissimulações ou melindres. Os parceiros de verdade estão basicamente na família, pois quando eu precisar de qualquer coisa, posso recorrer a eles sem pensar duas vezes. Os demais são apenas colegas de trabalho, e, provavelmente, quando mudarmos de emprego, não teremos mais contato nenhum (exceto com a rapaziada do futebol, mas aí é outra história; o que o futebol une, só Deus pode separar).
Esse mal não me pertence mais... por enquanto!
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