Mais um ano que se finda, em breve outro se inicia. Tudo aquilo, ou quase tudo, que estabelecemos como meta há exatamente um ano não foi cumprido, mas não tem problema: essas metas serão renovadas para serem atingidas, de qualquer forma, em 2013. Emagrecer, começar a malhar, fazer uma faculdade, cursar inglês, arrumar um (novo) emprego! 2013 que nos aguarde, entraremos no ano novo a todo vapor! Celebramos o início de um novo período estourando champanhe e fazendo promessas que, no fundo, sabemos que não vamos cumprir.
Não sabemos exatamente o motivo, mas nos parece que o início de um novo ano serve como catalisador imaginário para o início de uma nova era, na qual o torpor e acomodação existentes nos onze primeiro meses do ano são substituídos pela disposição efêmera (e mentirosa) de se tornar uma pessoa mais bonita, mais culta e com mais dinheiro no bolso. Um novo ano, uma nova pessoa; imaginamos que assim pensam os adeptos dessa 'teoria' (desculpem-nos por chamar isso de teoria, não nos ocorreu outro nome mais apropriado). E assim, na última quinzena de dezembro, começam a aparecer os desejos auspiciosos de um feliz ano novo, e junto começam a ressurgir os ritos e crendices para fazer com que 2013 seja próspero.
Não se pode comer frango, porque frango cisca pra trás, e alguma mente desocupada e doentia disse certo dia que isso traria má sorte no decorrer do ano vindouro. Pular sete ondas, vestir branco, colocar sementes de romã na carteira (ainda bem que não são sementes de abacates) são 'procedimentos vitais' para entrar 2013 com o pé direito. Queremos propor aqui o abandono dessas tolices (embora saibamos que ninguém vai abandonar suas 'tradições' por causa de um simples e desconexo texto em um blog obscuro; mesmo assim, escrevemos, a despeito da indiferença de quem nos lê). Vamos esquecer disso tudo; o fato de você comer pernil assado em vez de frango, e de vestir branco, e de ter sementes de fruta na sua carteira, acredite, não vai alterar os rumos de sua vida. Sua atitude é quem vai definir os caminhos que você pretende seguir. Você, e só você, é quem vai definir se você quer mudanças, ou se vai fingir ser normal estar e continuar insatisfeito.
Tentemos algo diferente: no lugar das metas repetidas e não cumpridas ano após ano, e das crenças nas sementes e no ciscar do frango, simplesmente vivamos, dia após dia. Não há mais espaço para velhas promessas vãs. Não dá pra ser feliz agindo da mesma forma que nos fez ser o que somos: amargos, infelizes, incompletos. Mudemos, então, a forma de se encarar e lidar com o que nos cerca, esperando que novas atitudes tragam novos desafios, novos sentimentos, novas alegrias. Chegou o tempo de se libertar das crenças no absurdo, dos grilhões do comodismo e do medo do porvir. Chegou o tempo do novo.
*a ideia de sugerir o rompimento de uma inofensiva tradição de Ano Novo serve para ilustrar o caráter simbólico que essa ruptura pode representar como ponto de partida para algo maior. Em outras palavras, é um incitamento para que, quebrada essa tradição de ano novo, todas as outras tradições e crenças nas quais nos baseamos e que tem influência naquilo que somos e fazemos, também sejam quebradas, e uma nova forma de conduzir nossas vidas seja posta e consolidada.
*a ideia de sugerir o rompimento de uma inofensiva tradição de Ano Novo serve para ilustrar o caráter simbólico que essa ruptura pode representar como ponto de partida para algo maior. Em outras palavras, é um incitamento para que, quebrada essa tradição de ano novo, todas as outras tradições e crenças nas quais nos baseamos e que tem influência naquilo que somos e fazemos, também sejam quebradas, e uma nova forma de conduzir nossas vidas seja posta e consolidada.
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