Recentemente, um grupo de atores globais se reuniu, de forma "espontânea", para fazer um vídeo protestando veementemente, com doses de ironia cretina e pseudo indignação, do alto de seus apartamentos no Leblon, contra a construção da usina Belo Monte. Disseram, entre várias besteiras, algo como "do que adianta construir a terceria hidroeletrica do mundo se ela só vai produzir 30% de sua capacidade?", "a usina vai alargar 640 km² da floresta amazônica", "será que os índios são ouvidos?" e outras falácias mal ensaiadas. O fato de tal vídeo ter sido feito por atores globais já seria mais do que suficiente para este pretenso blogueiro ser contra, mas como não posso ser simplista a este ponto, fui correr atrás de informações para poder formar uma opinião minimamente embasada.
Pois bem, escolhi alguns tópicos abordados no filmete: é questionado se nós sabemos o que é energia limpa. Eu sei, mas, pelo visto, os engajadinhos de Jacarepaguá, não. Qualquer energia que não utilize combustíveis fósseis (carvão, petróleo), que poluem a atmosfera e provocam o efeito estufa, é limpa. Energia eólica, térmica, hidrelétrica são limpas e renováveis, pois não emitem gases e não consomem recursos naturais. Pronto, a primeira falácia foi por água abaixo (com o perdão do trocadilho). Depois, os atores afirmam, com base em sei lá o que, que a usina vai alagar 640 km² da floresta, que por isso será desmatada. Outra mentira deslavada. A represa terá 503 km², sendo que 228 km² são de áreas já desmatadas, ou seja, o desmatamento será menor do que a metade do que foi divulgado pelo movimento Gota D'água. Há de se considerar, ainda, que após o término da obra, todo o entorno da represa será preservado pelo próprio empreendimento.
Falam ainda que os índios e ribeirinhos serão expulsos do local, e que sequer foram consultados. Bom, vamos por partes: sim, eles foram consultados e apresentados ao projeto, sobre o qual puderam debater, e nenhum índio sairá das terras por causa da obra. Ao contrário: se hoje se encontram em condições adversas, dada à falta de assistência de toda sorte de serviços públicos na região, com a construção de Belo Monte, programas de apoio e proteção serão implementados para ajudá-los. Em relação aos ribeirinhos, aqueles que serão deslocados terão suporte financeiro e social para prosseguir com suas vidas em melhores condições do que antes. Os defensores das árvores (do Jardim Botânico) mencionam que Belo Monte só produzirá 1/3 de sua capacidade, o que, pra variar, trata-se de outra inverdade. A usina vai produzir 41 % do que é capaz (justamente por causa das modificações no projeto inicial, visando minimizar os impactos ambientais na região; se não fosse por isso, certamente teria uma capacidade de geração maior), e essa diferença, embora pequena, é significativa em termos absolutos, pois é energia suficiente para abastecer quase metade de todo consumo residencial do Brasil. A pior ficou pro final, pois demonstra uma total falta de conhecimento (talvez proposital), sobre a região. Um dos ambientalistas afirma que o Parque Nacional do Xingu será alagado, por ficar logo abaixo da barragem. Seria verdade, se o referido parque não ficasse a mais de 1300 km do local. Nada mais a declarar depois dessa...
Vocês, que curtem e compartilham o Movimento Gota D'agua nas redes sociais, antes de fazê-lo, procurem se informar, pois os comprometidos com o meio ambiente (da Barra da Tijuca) são meros porta-vozes de quem NUNCA fez NADA em benefício do país, e querem, mais uma vez, impedir que o progresso alcance milhares e milhares de brasileiros. Ou, caso ainda sejam contra o empreendimento, que apresentem argumentos sólidos, consistentes, e não façam como essa laia global, esse belo monte de m....
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