domingo, 2 de setembro de 2012

Ateu, graças a Deus!


O título desta postagem não é criação minha. Vi essa frase uma vez em algum lugar que foge da minha mente agora, e se alguém souber sua origem, me avise para que eu possa dar os devidos créditos. O que vale é que ela exprime uma ideia de algo que eu já vinha considerando há tempos, mas que, por falta de convicção ou por medo da ira divina, vinha sendo constantemente relegada a segundo plano, postergada, e que definitivamente hoje ficou claro ser a decisão acertada. Sim, tornei-me um incrédulo. Um ateu. Nesse mundo permeado de seitas, igrejas e devotos, virei um pária quando o assunto é fé.

Hoje em dia, vê-se bastante em todos os lugares (nas ruas, nas TVs, nas redes sociais), pessoas que agradecem a Deus por alcançar seus objetivos, por ter saúde, por ter forças para acordar mais um dia da cama e continuar suas vidas patéticas ou plenas de felicidade. Não quero criticá-las. Não acho minha vida melhor do que a deles. No entanto, vejo a necessidade de assumir a responsabilidade por minhas próprias escolhas, meus sucessos e fracassos (seja qual for o conceito que cada um tem dessas palavras), sem atribui-la a um terceiro, por mais que este seja o Pai celestial, onipotente e onipresente, eterno e inefável.

Vejam que não falo, necessariamente, de religião. Para defini-la, ninguém melhor do que Karl Marx. Ele escreveu, em sua 'Crítica a filosofia ao direito de Hegel' que "a religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. A religião é o ópio do povo". É provável que, aqui neste post, esta frase esteja fora de contexto, mas neste momento, me serve perfeitamente. Mas não é disso que quero falar, pois quando se trata desse assunto, as pessoas deixam o bom senso de lado. Falo simplesmente da acreditar em alguém dito divino, superior. Mas também imaterial, que não pode ser provado ou sentido.

A crença em um ser superior infalível nunca me trouxe benefícios. Serviu apenas para realçar inseguranças, reprimir vontades pelo medo ridículo do fogo do inferno. Quantas orações para afugentar os pensamentos pecaminosos! Quanta baboseira! Não que hoje eu tenha um desejo em especial e que pretenda satisfazê-lo de qualquer forma. Não quero trepar com aquela menina que flerta comigo há algum tempo, ou fumar um baseado e relaxar, para completar a trinca sexo, drogas e rock n'roll. Não é isso, pelo menos não nesse momento. Mas hoje, convicto do acerto da escolha, e livre do cabresto divinal, posso ao menos não me sentir culpado caso esses desejos expressos logo acima se tornem incontroláveis. Estou livre desse peso. Graças a Deus? Definitivamente não.

2 comentários:

  1. "Ateu, graças a Deus", quem falava assim eram os from hell, os que adoravam o demo por conta da musica, mas na verdade, nem sabiam o que estavam falando!
    Isso acontece com todos, as pessoas (ignorantes e burras), abraçam causas e nem sabem o motivo, são influenciadas por qualquer um que saiba se expressar melhor, que consiga te dar respostas a coisas que vc. acha que não existe, é onde Deus entra, por isso é muito mais fácil acreditar que existe um deus.

    ResponderExcluir
  2. As pessoas "crentes" buscam tanto o louvor e determinadas respostas que se esquecem que, no âmago dela, não tem a mínima ideia de qual pergunta que realmente importa. Não tem frase mais perfeita do que a de Marx, que você citou no texto: "A religião é o ópio do povo". Nossas vidas são tão miseráveis que elas buscam um escape, mesmo que leve ao fanatismo desmiolado. Também sou ateu, graças a deus (minúsculo)!? E se me perguntam por que, cito Nietzsche: "Não posso acreditar num Deus que quer ser louvado o tempo todo"

    ResponderExcluir