No próximo 11 de setembro, completa-se 10 anos do ataque às Torres Gêmeas, em Nova York, e ao Pentágono, em Washington DC. O planeta parará para ver as homenagens, far-se-ão minutos de silêncio mundo afora, redes de televisão darão voz aos parentes das vítimas ou aqueles que, milagrosamente, conseguiram escapar daquele que, dizem, foi o maior atentado terrorista da história. Na mesma data, só que há 38 anos, ocorreu um fato, também brutal, mas do qual pouco se ouve falar. Em 11 de setembro de 1973, foi consumado um golpe de Estado, com a colaboração norte americana, no Chile, naquele que é considerado um dos mais violentos golpes que ocorreram na América Latina nos anos 1960 e 1970.
Sob o governo de Salvador Allende, socialista eleito democraticamente, o Chile passou a controlar a maior parte de sua economia (foram estatizadas várias empresas, minas de cobre, bancos etc); por isso, os Estados Unidos, que já haviam financiados golpes no Brasil, Argentia e Uruguai, entre outros, viam no governo Allende uma séria ameaça: a de transformar o Chile em uma nação socialista no Ocidente, algo inaceitável (e que já havia acontecido em Cuba) em tempos de Guerra Fria.
Com o apoio da CIA, que conspirou com grupos paramilitares direitistas, com os militares e com a oposição, o golpe militar se consumou em 11 de setembro, quando, ao resistir em La Moneda, e disposto a qualquer preço a não entregar o poder, Allende suicida-se com um tiro na cabeça (com um fuzil AK-47, presente de Fidel Castro).
O que aconteceu posteriormente, quando o general traidor Augusto Pinochet assume o poder, não carece de maiores explicações: repressão, censura, tortura, execuções de trabalhadores e estudantes no Estádio Nacional. Ao todo estima-se que 3 mil pessoas morreram nos anos de chumbo no Chile (1973-1990). Aproximadamente 3 mil pessoas morreram nos atentados de 11 de setembro de 2001.
*todas as mortes citadas foram brutais, e, na maior parte, de civis. Não se pretende aqui comparar um fato ao outro, pois a comparação é fora de propósito. Busca-se apenas alertar que todas as vidas perdidas nos dois eventos foram consequências de uma necessidade de se conseguir, a qualquer custo, impor ao mundo suas vontades, sua política neoliberal, o "american way of life". E, ressalve-se, os maiores atentados terroristas da História da Humanidade ocorreram em 6 e 9 de agosto de 1945, em Hiroshima e Nagazaki, quando 500 mil japoneses (civis) morreram pelas bombas atômicas lançadas pelo Estados Unidos da América.
Poder, repressão, impor vontades, vidas perdidas...
ResponderExcluirO pior é, que isso nunca acaba!
As vidas perdidas são decorrentes, principalmente, da necessidade de poder, basta ver o que aconteceu em Hiroshima, no Vietnã, no Iraque e em vários outros lugares. O pior é que o agente causador de tudo isso é sempre o mesmo: os Estados Unidos da América, esse câncer que, enquanto não for extirpado, causará muitas mortes mais mundo afora.
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